População de Acaraú reclama do atendimento de Hospital

O hospital conta é procurado diariamente por toda região
Foto: Vale do Acaraú Notícias

O Hospital Maternidade Dr. Moura Ferreira, localizado no Centro do Município de Acaraú é um polo de atendimento secundário. Para lá acorrem diariamente inúmeras pessoas não só de Acaraú, mas também de várias outras cidades vizinhas. A unidade, que recebe dinheiro do Sistema Único de Saúde e também por vias privadas, devia ser uma referência no atendimento, só que não é isso que atestam alguns usuários do hospital.

Um vigilante de Acaraú, que quis manter sua identidade em sigilo, relata que já teve que ir três vezes ao hospital buscando retirar um caroço que apareceu em suas costas, mas o único procedimento que é passado no hospital é que aguarde. “Hoje (sexta) cheguei às 6h da manhã e fiquei até as 15h e nada. A gente fica feito besta e nada é feito. Ficamos a ver navios”, declarou.

Conforme uma estudante de Acaraú, na semana passada uma criança de três anos de corpo magro acabou caindo e fraturando o braço. “Levaram a criança para o posto de saúde e disseram que ela não estava com o braço quebrado. Eu cheguei a ver a menina com o braço balançando. Aí levaram ela para o (Hospital) Moura Ferreira e disseram que a menina não estava com o braço quebrado. A família fez um escândalo e a menina chorando, aí resolveram pagar um médico no Laca Saúde para tirar o raio-x, que atestou que realmente a menina estava com o braço quebrado. Isso com mais ou menos um mês, a família da menina indo e voltando. Hoje a menina está colocando o braço no lugar, mas está com o braço torto”, explicou.

A mesma denunciante relatou que esse não é um caso isolado. “Nessa semana, uma prima minha acabou quebrando a clavícula e lá disseram que ela não tinha quebrado. Levaram ela pra Sobral e lá identificaram que ela estava com a clavícula quebrada. Um leigo dá pra ver que tá quebrado, que tá solto”, destacou.

Segundo a denunciante, estagiárias acabam aplicando injeções. “Eu mesma já saí de lá com o braço inchado porque elas (estagiárias) não têm paciência, não têm a técnica certa para aplicar a injeção direitinho”, apontou.

Apesar das ambulâncias, particulares chegam a levar pacientes
em carros próprios
Foto: Vale do Acaraú Notícias

Em uma página na rede social o Hospital Maternidade divulga sua missão: “Nosso intuito é prestar uma assistência globalizada com tecnologia de base e suporte adequado a atender com qualidade necessária aos usuários do Hospital no que diz respeito ao atendimento como um todo, assegurando condições de efetivar um trabalho eficiente no que se refere assegurar maior qualidade nos serviços de saúde prestada a comunidade que depende dos serviços assistenciais.” O hospital-maternidade, mantido pela entidade filantrópica, a Sociedade Acarauense de Proteção e Assistência a Maternidade (contando com verbas público-privadas) conta com salas cirúrgicas e leitos de recuperação e equipe médica formada por cirurgiões, anestesistas e obstetras.

Para Brennon Jimenez, que trabalhou como técnico em raio-x no Hospital Dr. Moura Ferreira, o atendimento à população é satisfatório. Ele acredita que devido a alguns momentos a demanda ser muito grande, devido o hospital atender pacientes de vários municípios, faça com que acabe diminuindo a agilidade no atendimento.  “Há uma quantidade enorme de pacientes a serem atendidos. Muitos não querem obedecer as normas de atendimento e querem pular as etapas, mas os que vão de acordo com as normas são todos atendidos”, destacou.

Nossa equipe tentou entrar em contato com a direção do Hospital Dr. Moura Ferreira, mas o telefone da unidade estava sempre ocupado até o fechamento desta matéria.