O Município de Marco (CE), na região do Baixo Acaraú, dispõe mais de 28 indústrias moveleiras em seu arranjo produtivo local, além de inúmeras empresas relacionadas à produção de móveis, como vidraçarias e marmorarias. O polo moveleiro, que exporta seus produtos para outros Estados e até para fora do país, consome cerca de 1.000 m3/mês desse material. A madeira é adquirida de locais distantes, do Pará ao sul do país. Para tentar reverter essa situação, estão sendo plantadas, em uma fazenda da zona rural de Marco, ligadas ao Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), mais de 40 espécies florestais com potencial moveleiro.
Estão sendo plantadas espécies como cumaru, frei jaque, são gonçalo, violeta, aroeira, nim, teca, mogno africano, casuarina, acacia mangium e andiroba, paricá e mogno. O projeto é encabeçado pela Embrapa Florestas (Colombo-PR) e a a Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza-CE). O projeto é pioneiro no segmento florestal do Ceará e teve início em 2009. Ele conta com apoio financeiro do Banco do Nordeste e do Governo do Estado do Ceará.
A intenção é aproveitar parte dos 8.300 hectares de terra do Projeto de Irrigação do Baixo Acaraú localizados no município de Marco. Além de reduzir o custo da madeira, considerado elevado pelos produtores, o projeto deverá proporcionar a ampliação da área florestada no Estado, reduzindo assim a exploração indiscriminada de florestas nativas tropicais. Para os moradores do projeto de irrigação, a iniciativa pode resultar ainda em uma fonte alternativa de renda e formação de mão de obra especializada local.