É comum, vamos dizer que é natural, acordar mal-humorado. Às vezes nem a benção queremos pedir aos pais. Às vezes nem o bom-dia do outro nos alegra, pelo contrário, aumenta o mal-humor, nos causa irritação, pois poderá parecer uma provocação.
Mas, este mal-humor não pode nem deve se alastrar ao longo do dia como se a toda hora sentíssemos um mal cheiro desagradabilíssimo. É aquela pessoa a qual chamamos de “enfarosa”. É aquela que não gosta de ninguém nem dela mesma. Esta pessoa esquece ou finge que não precisa das outras. Ela não vive só. Nós não somos rocha nem ilha, como diz uma canção dos anos setenta. Todo ser humano precisa do outro.
Você pode morar sozinho, porém, não vive sozinho. Na sua casa só tem você, só entra você, se assim você escolher. No entanto, você precisa do carteiro, do entregador de pizza, do vendedor e para estas pessoas terá que dar satisfação alguma. Você terá que lidar com as pessoas que trabalham com você. Tem que falar com o chefe, com o gerente, com o diretor, com o patrão.
Estas experiências nos falam do relacionamento humano. Somos seres de comunicação. O Chacrinha dizia: “quem não se comunica, se trumbica”. Minha gente, o que tem de pessoas nesta situação. Neste sentido o tímido sofre bastante. Ele tem necessidade de conversar, mas não faz. Ele tem vergonha de perguntar e guarda as suas dúvidas, perde a oportunidade de saber. Ele age desta maneira porque é altamente crítico e conjectura hipóteses. O tímido só pergunta e dá opinião quando elabora de maneira rebuscada sua fala. Faz isso porque tem receio do que vão dizer da opinião dele. O tímido sofre por antecipação. Conclusão: o tímido vive mergulhado nos bloqueios.
Tomemos agora o relacionamento entre os casais. No tempo do namoro tudo é maravilhoso, tempo em que os bichos são filhotes. O relacionamento muda bruscamente depois que homem e mulher se dão em casamento. A vaca, o cavalo, o jumento ficam livres. Os que são casados, os que são juntos, sabem falar disso com mais propriedade do que eu. Mas, o que será que destrói o relacionamento outrora pacífico, carinhoso e feliz? É hora de lidar com as arestas, as pontas as quais eram vistas no tempo do namoro, porém, não interferiam no relacionamento. Diferente e dramático é conviver com elas todos os dias.
No trabalho, por conveniência, a gente supera um chefe que resolve pegar no pé, a lei da sobrevivência fala mais alto. Nós aguentamos, suportamos para não perder o emprego, sofremos resignados. Agimos desta maneira, resignados porque está em jogo algo muito importante - a sobrevivência. E porque será que não agimos de modo semelhante com os nossos familiares! A gente arrebenta com a situação, fala alto, discute, briga. Esquecemos que na família está o mais importante. É para lá que voltamos depois de um dia de serviço, é lá que depositamos as fadigas. Família, o lar, o melhor lugar do mundo.
Tanto no relacionamento em casa como no trabalho, há um princípio fundamental: o amor que passa pela misericórdia. Vamos atentar para o significado, a aglutinação da palavra miséria+córdia. Nós sabemos que o maior amor foi manifestado ao mundo por Deus. Ele viu a miséria, o sofrimento, a dor, a lamentação do ser humano e entregou como expiação, isto é, como reparação das nossas culpas o seu Filho. Quem mais fez isso, além de Deus! Por isso, é a maior prova de amor, é o amor maior.
Quem ama cuida e conhece. Deus nos conhece. Até as fibras mais ignoráveis, escondidas ele enxerga. Nós também podemos passar por esta experiência. Quando conhecemos o outro, a história do outro, começamos há identificar e conhecer quem é o outro. Quando isso ocorre a gente passa acolher o outro não como funcionário, mas como gente, ser humano, alguém que, como nós, tem coração, tem sensibilidade.
Vivemos num mundo tão artificial, vazio, sem abraço, sem convívio, sem paz, com desconfiança. As pessoas se bloqueiam têm receio do que possam comentar. Lembra da síndrome do tímido! Quando amamos queremos manifestar o que sentimos pelo outro. O ser humano é carente de afagos, do toque, do sorriso e da atenção.
Quando chegamos em qualquer repartição pública gostaríamos de ser bem tratados. Um bom-dia, alguém que nos olhe e nos dê a devida atenção. Pode ser, minha gente, que as pessoas mal-humoradas no trabalho não sejam bem tratadas, amadas em casa. Não estar correto, mas acabam por reproduzir este mal-estar no trabalho. A ética do trabalho orienta: não levar os problemas do lar para o expediente. Porém, acontece que, por exemplo, a esposa além de ser uma excelente dona de casa ainda arranja um tempinho para ir ao cabeleireiro e espera em casa o marido voltar do trabalho. O esposo chega completamente sujo, põe os pés no sofá e nem cumprimenta a esposa nem olha o visual dela. Toda mulher gosta de ser elogiada, valorizada. Sendo destratada assim ela poderá jogar o desânimo que a domina em qualquer pessoa no local de trabalho.
Uma característica muito importante no relacionamento humano é a humildade. Com humildade as portas se abrem para nós. É fundamental em qualquer relacionamento o princípio da humildade. Na família e no trabalho, a capacidade de reconhecer os erros, pedir ajuda e pedir perdão é fundamental. O perdão passa pela humildade. A reconciliação regenera, torna o ser humano livre. Quem diz que consegue trabalhar ou viver com intrigas, mente. Não dá. Você não é livre. Tem alguém que lhe rouba a tranquilidade. Você está feliz, às gargalhadas quando chega aquela pessoa com a qual não há diálogo. Isto causa um desconforto, um mal-estar.
O que é que falta nesta situação! O princípio da humildade. Tenha a coragem de desatar o nó da sua vida. Seja livre. Aproxime-se, peça perdão. Não permita que a arrogância lhe destrua. Não seja birrento que não cede: “eu morro, vou para o inferno, mas não perdoo”. A sua vida já é um inferno e foi você mesmo que o arquitetou. O birrento continua: eu não me rebaixo a ele(a). Para perdoar tem que ter humildade e coragem.
Mas, há pessoas que preferem alimentar o mal-estar da intriga. Falta humildade. Alguém, um dos dois terá que tomar uma decisão: ir ao encontro do outro, do opositor. Há pessoas que insistem: “eu só peço perdão se ele(a) vier me pedir perdão”. Os dois permanecem muito tempo distantes, um esperando a iniciativa do outro. Com receio de passar pela experiência da humildade, confundida ou interpretada como humilhação. Muita gente protela a reconciliação para o leito de morte.
A maneira com a qual tratamos as pessoas tem a ver diretamente com o que absorvemos ao longo da vida. O ambiente que frequentamos, o que conversamos, o que ouvimos, o que lemos, o que assistimos, como somos tratados. Tudo isso vai nos formando e desenvolvendo em nós uma personalidade. Algumas falhas têm que ser trabalhadas e não jogadas em cima do outro fazendo-o sofrer.
Uma vez dito que o ser humano, na sua essência, é bom, pois assim Deus o fez, temos a consciência da importante missão neste mundo. Assuma com convicção e entusiasmo: o ser humano, você, veio a este mundo fazer o bem. Relações humanas – Estar bem para fazer bem. Estar bem para fazer o outro feliz.
É comum, vamos dizer que é natural, acordar mal-humorado. Às vezes nem a benção queremos pedir aos pais. Às vezes nem o bom-dia do outro nos alegra, pelo contrário, aumenta o mal-humor, nos causa irritação pois poderá parecer uma provocação.
Mas, este mal-humor não pode nem deve se alastrar ao longo do dia como se a toda hora sentíssemos um mal cheiro desagradabilíssimo. É aquela pessoa a qual chamamos de “enfarosa”. É aquela que não gosta de ninguém nem dela mesma. Esta pessoa esquece ou finge que não precisa das outras. Ela não vive só. Nós não somos rocha nem ilha, como diz uma canção dos anos setenta. Todo ser humano precisa do outro.
Você pode morar sozinho, porém, não vive sozinho. Na sua casa só tem você, só entra você, se assim você escolher. No entanto, você precisa do carteiro, do entregador de pizza, do vendedor e para estas pessoas terá que dar satisfação alguma. Você terá que lidar com as pessoas que trabalham com você. Tem que falar com o chefe, com o gerente, com o diretor, com o patrão.
Estas experiências nos falam do relacionamento humano. Somos seres de comunicação. O Chacrinha dizia: “quem não se comunica, se trumbica”. Minha gente, o que tem de pessoas nesta situação. Neste sentido o tímido sofre bastante. Ele tem necessidade de conversar, mas não faz. Ele tem vergonha de perguntar e guarda as suas dúvidas, perde a oportunidade de saber. Ele age desta maneira porque é altamente crítico e conjectura hipóteses. O tímido só pergunta e dá opinião quando elabora de maneira rebuscada sua fala. Faz isso porque tem receio do que vão dizer da opinião dele. O tímido sofre por antecipação. Conclusão: o tímido vive mergulhado nos bloqueios.
Tomemos agora o relacionamento entre os casais. No tempo do namoro tudo é maravilhoso, tempo em que os bichos são filhotes. O relacionamento muda bruscamente depois que homem e mulher se dão em casamento. A vaca, o cavalo, o jumento ficam livres. Os que são casados, os que são juntos, sabem falar disso com mais propriedade do que eu. Mas, o que será que destrói o relacionamento outrora pacífico, carinhoso e feliz? É hora de lidar com as arestas, as pontas as quais eram vistas no tempo do namoro, porém, não interferiam no relacionamento. Diferente e dramático é conviver com elas todos os dias.
No trabalho, por conveniência, a gente supera um chefe que resolve pegar no pé, a lei da sobrevivência fala mais alto. Nós aguentamos, suportamos para não perder o emprego, sofremos resignados. Agimos desta maneira, resignados porque está em jogo algo muito importante - a sobrevivência. E porque será que não agimos de modo semelhante com os nossos familiares! A gente arrebenta com a situação, fala alto, discute, briga. Esquecemos que na família está o mais importante. É para lá que voltamos depois de um dia de serviço, é lá que depositamos as fadigas. Família, o lar, o melhor lugar do mundo.
Tanto no relacionamento em casa como no trabalho, há um princípio fundamental: o amor que passa pela misericórdia. Vamos atentar para o significado, a aglutinação da palavra miséria+córdia. Nós sabemos que o maior amor foi manifestado ao mundo por Deus. Ele viu a miséria, o sofrimento, a dor, a lamentação do ser humano e entregou como expiação, isto é, como reparação das nossas culpas o seu Filho. Quem mais fez isso, além de Deus! Por isso, é a maior prova de amor, é o amor maior.
Quem ama cuida e conhece. Deus nos conhece. Até as fibras mais ignoráveis, escondidas ele enxerga. Nós também podemos passar por esta experiência. Quando conhecemos o outro, a história do outro, começamos há identificar e conhecer quem é o outro. Quando isso ocorre a gente passa acolher o outro não como funcionário, mas como gente, ser humano, alguém que, como nós, tem coração, tem sensibilidade.
Vivemos num mundo tão artificial, vazio, sem abraço, sem convívio, sem paz, com desconfiança. As pessoas se bloqueiam têm receio do que possam comentar. Lembra da síndrome do tímido! Quando amamos queremos manifestar o que sentimos pelo outro. O ser humano é carente de afagos, do toque, do sorriso e da atenção.
Quando chegamos em qualquer repartição pública gostaríamos de ser bem tratados. Um bom-dia, alguém que nos olhe e nos dê a devida atenção. Pode ser, minha gente, que as pessoas mal-humoradas no trabalho não sejam bem tratadas, amadas em casa. Não estar correto, mas acabam por reproduzir este mal-estar no trabalho. A ética do trabalho orienta: não levar os problemas do lar para o expediente. Porém, acontece que, por exemplo, a esposa além de ser uma excelente dona de casa ainda arranja um tempinho para ir ao cabeleireiro e espera em casa o marido voltar do trabalho. O esposo chega completamente sujo, põe os pés no sofá e nem cumprimenta a esposa nem olha o visual dela. Toda mulher gosta de ser elogiada, valorizada. Sendo destratada assim ela poderá jogar o desânimo que a domina em qualquer pessoa no local de trabalho.
Uma característica muito importante no relacionamento humano é a humildade. Com humildade as portas se abrem para nós. É fundamental em qualquer relacionamento o princípio da humildade. Na família e no trabalho, a capacidade de reconhecer os erros, pedir ajuda e pedir perdão é fundamental. O perdão passa pela humildade. A reconciliação regenera, torna o ser humano livre. Quem diz que consegue trabalhar ou viver com intrigas, mente. Não dá. Você não é livre. Tem alguém que lhe rouba a tranquilidade. Você está feliz, às gargalhadas quando chega aquela pessoa com a qual não há diálogo. Isto causa um desconforto, um mal-estar.
O que é que falta nesta situação! O princípio da humildade. Tenha a coragem de desatar o nó da sua vida. Seja livre. Aproxime-se, peça perdão. Não permita que a arrogância lhe destrua. Não seja birrento que não cede: “eu morro, vou para o inferno, mas não perdoo”. A sua vida já é um inferno e foi você mesmo que o arquitetou. O birrento continua: eu não me rebaixo a ele(a). Para perdoar tem que ter humildade e coragem.
Mas, há pessoas que preferem alimentar o mal-estar da intriga. Falta humildade. Alguém, um dos dois terá que tomar uma decisão: ir ao encontro do outro, do opositor. Há pessoas que insistem: “eu só peço perdão se ele(a) vier me pedir perdão”. Os dois permanecem muito tempo distantes, um esperando a iniciativa do outro. Com receio de passar pela experiência da humildade, confundida ou interpretada como humilhação. Muita gente protela a reconciliação para o leito de morte.
A maneira com a qual tratamos as pessoas tem a ver diretamente com o que absorvemos ao longo da vida. O ambiente que frequentamos, o que conversamos, o que ouvimos, o que lemos, o que assistimos, como somos tratados. Tudo isso vai nos formando e desenvolvendo em nós uma personalidade. Algumas falhas têm que ser trabalhadas e não jogadas em cima do outro fazendo-o sofrer.
Uma vez dito que o ser humano, na sua essência, é bom, pois assim Deus o fez, temos a consciência da importante missão neste mundo. Assuma com convicção e entusiasmo: o ser humano, você, veio a este mundo fazer o bem.
João Robson Cabral
Colunista do Vale do Acaraú Noticias
Padre católico, administrador da área pastoral de São João Batista em Celsolândia - Acaraú
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