Eólica de Volta do Rio, em Acaraú |
Os seis parques eólicos em
implantação no Ceará, cujas obras estão previstas para serem concluídas até
janeiro próximo, não enfrentarão problemas de operação por falta de linhas de
transmissão de energia, quando estiverem prontos. A garantia é do presidente da
Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Bosco de Almeida.
Segundo ele, uma parceria da Chesf com a empresa de aerogeradores argentina
Impsa irá permitir que os parques eólicos Buriti (30 MW), Garças (30 MW),
Caju-Coco (30 MW), Coqueiros (27 MW), Vento do Oeste (19,5 MW) e Lagoa Seca (20
MW) utilizem as linhas de transmissão que a empresa dispõe na região de Acaraú,
na zona Norte do Estado do Ceará, até que a nova linha da Chesf esteja pronta,
em junho de 2013, na região.
"Os parques eólicos do Ceará
não terão problemas de conexão", declarou Bosco de Almeida, na tarde de
ontem. Segundo ele, a Chesf estaria realizando ampliações na subestação da
Impsa em Acaraú, para atender as novas usinas eólicas em implantação no Estado.
A mesma sorte não terão os
parques eólicos de João Câmara, no Rio Grande do Norte, cujas linhas de
transmissão da Chesf que iriam atender a usina estão com seis meses de atraso;
e a usina de Igaperon, na Bahia, cujas linhas deveriam ser sido entregues em
junho último e sofrerão retardo de 15 meses. "Esta só ficará pronta em outubro
de 2013", confirmou Almeida.
Mea culpa
De acordo com ele, os atrasos na
entrega das linhas de transmissão da Chesf - e que já são objeto de ação
judicial, no valor de R$ 300 milhões, a ser interposta pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) - são decorrentes de dois fatores e podem ser
responsabilizados, meio a meio: "Se formos dividir as responsabilidades
(pelos atrasos), 50% são das (demoras) licenças ambientais nos Estados e 50%,
dos processos de licitação das obras da Chesf", reconheceu.
Ainda segundo ele, o prazo de 18
meses, entre a realização do leilão das novas linhas de transmissão e de
entrega das obras, sendo seis meses para tirar as licenças prévias e de
instalação, e de 12 meses para realização das obras, foi demasiado curto.
Ele reconheceu, no entanto, que a
Chesf sabia dos prazos quando participou do leilão, mas disse que enfrentou
problemas fundiários e ambientais dos novos parques , o que teria exigido
alteração de projetos e retardado o início das obras. "Até hoje, 24 meses
depois, não foram concluídos os licenciamentos de nenhum parque",
ressaltou.
O executivo declarou que a Chesf
já pagou R$ 4,5 milhões, em multas, à Aneel, pelos atrasos nas três linhas de
transmissão, mas que não vai arcar com os prejuízos da Agência, que assumiu em
contrato, pagar as eólicas, mesmo que estas não estejam operando. Por enquanto,
esta conta está sendo paga pelo consumidor brasileiro.
(Com informações do Diário do Nordeste)
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