segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Seis parques eólicos que serão finalizados até janeiro utilizarão linhas da usina de Acaraú

Eólica de Volta do Rio, em Acaraú

Os seis parques eólicos em implantação no Ceará, cujas obras estão previstas para serem concluídas até janeiro próximo, não enfrentarão problemas de operação por falta de linhas de transmissão de energia, quando estiverem prontos. A garantia é do presidente da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), João Bosco de Almeida. Segundo ele, uma parceria da Chesf com a empresa de aerogeradores argentina Impsa irá permitir que os parques eólicos Buriti (30 MW), Garças (30 MW), Caju-Coco (30 MW), Coqueiros (27 MW), Vento do Oeste (19,5 MW) e Lagoa Seca (20 MW) utilizem as linhas de transmissão que a empresa dispõe na região de Acaraú, na zona Norte do Estado do Ceará, até que a nova linha da Chesf esteja pronta, em junho de 2013, na região.

"Os parques eólicos do Ceará não terão problemas de conexão", declarou Bosco de Almeida, na tarde de ontem. Segundo ele, a Chesf estaria realizando ampliações na subestação da Impsa em Acaraú, para atender as novas usinas eólicas em implantação no Estado.

A mesma sorte não terão os parques eólicos de João Câmara, no Rio Grande do Norte, cujas linhas de transmissão da Chesf que iriam atender a usina estão com seis meses de atraso; e a usina de Igaperon, na Bahia, cujas linhas deveriam ser sido entregues em junho último e sofrerão retardo de 15 meses. "Esta só ficará pronta em outubro de 2013", confirmou Almeida.

Mea culpa

De acordo com ele, os atrasos na entrega das linhas de transmissão da Chesf - e que já são objeto de ação judicial, no valor de R$ 300 milhões, a ser interposta pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) - são decorrentes de dois fatores e podem ser responsabilizados, meio a meio: "Se formos dividir as responsabilidades (pelos atrasos), 50% são das (demoras) licenças ambientais nos Estados e 50%, dos processos de licitação das obras da Chesf", reconheceu.

Ainda segundo ele, o prazo de 18 meses, entre a realização do leilão das novas linhas de transmissão e de entrega das obras, sendo seis meses para tirar as licenças prévias e de instalação, e de 12 meses para realização das obras, foi demasiado curto.

Ele reconheceu, no entanto, que a Chesf sabia dos prazos quando participou do leilão, mas disse que enfrentou problemas fundiários e ambientais dos novos parques , o que teria exigido alteração de projetos e retardado o início das obras. "Até hoje, 24 meses depois, não foram concluídos os licenciamentos de nenhum parque", ressaltou.

O executivo declarou que a Chesf já pagou R$ 4,5 milhões, em multas, à Aneel, pelos atrasos nas três linhas de transmissão, mas que não vai arcar com os prejuízos da Agência, que assumiu em contrato, pagar as eólicas, mesmo que estas não estejam operando. Por enquanto, esta conta está sendo paga pelo consumidor brasileiro.

                                 (Com informações do Diário do Nordeste)

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