Carros de visitantes não podem circular na vila. Arquivo: DN |
A vila de Jericoacoara é Área de Proteção
Ambiental (APA) desde 1984. O local recebeu diversos investimentos que
modificaram a antiga vila de pescadores. Com a instalação da energia elétrica
em 1994, o destino já bastante procurado passou a contar com dois supermercados
de médio porte, massagistas especializados, lavanderia e academia, além de
outros serviços especializados.
Para diminuir os danos,
algumas medidas foram tomadas para complementar as leis da APA. De acordo com o
secretário de Meio Ambiente do Município, José Osmar Fonteles, o turista que
busca Jericoacoara como destino deve seguir algumas normas. "Algumas já
são de domínio público, como não jogar lixo dentro do parque e respeitar as leis
locais. Outras, como a proibição de subir com os carros nas dunas, foram
medidas encontradas para diminuir o impacto no meio ambiente".
Ele explica que dentro da
vila é proibido o tráfego de carros, exceto os que possuem permissão do Detran,
como os carros de tração e buggys, moradores da na vila ou os que estão de
passagem para Camocim. "Para os turistas que vêm em seus próprios carros,
Jeri possui um estacionamento em sua entrada onde o automóvel irá ficar, sendo
que o estacionamento possui o serviço de translado dentro da vila, que fica à
disposição do visitante", explicou ele.
O secretário diz que a medida
foi tomada em dezembro de 2010 com intuito de diminuir o fluxo constante de
automóveis na área de 1km² que compreende o povoado. "A fiscalização é
feita pelo Detran e monitorada pela Prefeitura, mas existe um pedido para que
municipalize também a fiscalização". Segundo ele, o feriado de 7 de
Setembro fez com que o estacionamento contabilizasse mais de 500 carros no
estacionamento.
De acordo com os dados da
Secretaria, o turismo local aumentou em 65% no primeiro semestre deste ano, se
comparado ao ano passado. "Podemos afirmar que, há quase dois anos, não
temos baixa temporada em Jericoacoara. E mais, podemos também falar que agora o
visitante não se limita a Jericoacoara, mas também lota pousadas em Jijoca e
movimenta o comércio da sede", disse o secretário. O som local deve ser
ambiente, porém, em períodos mais movimentados, o secretario explica que há uma
tolerância maior, desde que não incomode. Caso isso ocorra, o Batalhão da
Polícia Militar Turística (PMTur) está preparado para ser acionado.
O Sargento do Batalhão, José
Evaldo de Sousa Freitas, responsável por Jericoacoara, afirma que, nos últimos
30 dias, houve apenas uma chamada devido à poluição sonora. Quando isto ocorre,
normalmente, são os moradores locais que extrapolam o limite permitido por lei.
"Normalmente corrigimos as atitudes da própria população, lembrando que
não devem denegrir o parque, pois o sustento deles depende do turismo de
Jericoacoara", explica. Sobre o som alto, o sargento diz que é impossível
que não haja vez ou outra alguém que ultrapasse o limite, pois principalmente
na beira mar os turistas se reúnem para jantar, beber e ouvir música.
"Porém, é muito raro que
o som incomode, pois os estabelecimentos mantêm apenas o som ambiente no volume
definido por lei. Caso haja excessos, nós vamos até o local e conversamos com o
responsável, que imediatamente se adequa aos padrões".
As medidas básicas da
Polícia, de acordo com sargento, são rondas periódicas pela vila, além de
policiais divididos em turnos de 8h. "Dividimos assim para que, em
qualquer momento, tenhamos policiais disponíveis. Como somos o único
destacamento na vila, além das nossas atividades voltadas para o policiamento
turístico, buscamos também ajudar a população em pequenos desentendimentos,
para manter a paz local".
De acordo com o empresário
local, Edimilson Nonato Ferreira, que nasceu na vila, o som alto tem se tornado
uma realidade constante na vila, chegando realmente a incomodar. "Alguns
hóspedes se sentem incomodados e reclamam com os donos das pousadas. Mas não é
sempre que isso acontece e temos fins de semana tranquilos, como esse".
A microempresária Juliana
Tomás decidiu passar o fim de semana na praia. "Quando vim em alta
temporada ou em feriados, sempre há uma festinha ou outra de reggae na praia,
ou ainda de outros estilos. Já em fins de semana normais é calmaria".
(Com informações do Diário do Nordeste)
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