Em assembleia realizada nesta quarta-feira (10/8), os servidores do campus de Acaraú do Instituto Federal do Ceará (IFCE) decidiram pela continuidade da greve deflagrada no dia 1º de agosto. As aulas estão paralisadas e funcionam apenas os serviços essenciais. Até o momento, não há nenhuma sinalização com relação ao fim da paralisação. Compareceram à assembleia, Eugênia e professor Moacir, representantes do Sindicato dos Servidores do Instituto Federal do Ceará (Sindsifce), que encabeça o movimento grevista dos campi do IFCE que aderiram à paralisação.
Na oportunidade, o professor Moacir reforçou a importância da greve para a constituição de uma educação de qualidade. Eugênia, que é coordenadora de comunicação do Sindicato, discorreu sobre as pautas de reivindicação. Entre os motivos da paralisação estão os projetos de lei que autorizam demissões no serviço público, além do congelamento dos salários dos servidores públicos por dez anos.
Os membros do Sindicato reforçaram que foi formado neste mês um Comando Nacional da Greve, com representações de instituições federais de todos os Estados do País que, conforme acredita o professor Moacir, fortalecerá as bases do movimento. Visão compartilhada pelo professor de Sociologia do campus de Acaraú, Joab Dantas, que acredita que a formação do Comando poderá trazer resultados positivos em relação às negociações com o Governo.
Durante a assembleia, a imensa maioria dos servidores do campus de Acaraú do IFCE votou pela continuidade da greve. O professor Moacir, do Sindisifce, acredita que a greve não seja tão longa, principalmente após a formação do Comando de Greve. O campus de Acaraú tem realizado assembleias, de 15 em 15 dias, para avaliar os passos e votar pela continuidade ou não da greve. A próxima está prevista para acontecer no dia 24 de agosto.
Conforme o professor Joab Dantas, a carga-horária do campus será cumprida, com base em um novo calendário letivo que será posteriormente definido após o fim da greve.
O grande problema que o docente acredita que os cerca de 350 alunos da sede deverão enfrentar será a dificuldade de locomoção, uma vez que em período de recesso escolar, quando o campus deverá estar em aulas para repor o tempo paralisado, normalmente as Prefeituras não disponibilizam transporte escolar, de que dependem muitos alunos.
Para o professor Joab Dantas, o movimento grevista aderido pelos servidores do IFCE “é uma lição de cidadania aos alunos, uma vez que é uma luta pelos direitos”. O docente faz um apelo à população “que nos apóiem e nos compreendam. Nossa intenção não é prejudicar os alunos ou a comunidade, mas termos na região do Baixo Acaraú uma escola da melhor qualidade possível, começando pela valorização dos servidores”.
Faixas doadas pelo Sindsifce com as frases “Estamos em greve” foram colocadas pelos servidores hoje (10/8) na fachada do campus de Acaraú. Até uma negociação positiva aos servidores por parte do Governo, as aulas seguem paralisadas.
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