Vinha de longe a Voz e em vão trazia
Um canto estranho que eu testemunhava;
Era uma Voz de mel, soturna e cava,
Em que um sino antigo retinia;
Um antigo sino que, quando balia,
Pelas janelas do Castelo entrava,
Como o vento, que hipogrifos semeava,
Com o Céu, que o Mar consigo então trazia.
Eu era um pajem, e só pastoreava
Da sétima trombeta o claro tom,
E os passos do Profeta vigiava;
E de hora em hora um címbalo se ouvia:
E eram a Voz e o sino o mesmo som
Em que o Céu com o Mar se confundia.
(Correio da Semana)
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