quinta-feira, 21 de abril de 2011

Os problemas encontrados na Bacia do Acaraú

A bacia do Rio Acaraú apresenta uma significativa diversidade ambiental, incluindo enclaves de serras úmidas, sertões, vales e ambientes litorâneos. Em seu trabalho de pesquisa intitulado "Diagnóstico Geoambiental da bacia hidrográfica semiárida do Rio Acaraú: subsídios aos estudos sobre desertificação", o geógrafo Marcos José Nogueira de Sousa aponta alguns problemas ambientais e de impactos negativos na bacia do Rio Acaraú. 


     Dentre os problemas elencados por Sousa, destacam-se: desmatamentos desordenados, degradação da biodiversidade, erosão dos solos, queimadas, caça predatória, degradação de nascentes fluviais, deterioração do patrimônio natural, desequilíbrios ecológicos, expansão da desertificação, poluição dos solos e dos recursos hídricos, a degradação dos manguezais na área estuarina, degradação das matas ciliares das várzeas e das matas úmidas nas serras; expansão dos processos de desertificação nos sertões. 

     Eles afligem quase toda a população da bacia e têm sérias repercussões na qualidade de vida das populações rural e urbana. Nas ações a serem empreendidas, as propostas de curto, médio e longo prazos devem ser implementadas para a prevenção e recuperação das áreas mais vulneráveis às secas e à degradação ambiental; estimular a organização dos comitês de bacias para melhor gerir as disponibilidades dos recursos hídricos; incentivar as práticas de educação ambiental; contribuir, enfim, para a articulação entre órgãos governamentais e não governamentais, visando um estilo de desenvolvimento compatível com as necessidades de conservação ambiental e com equidade social desta que é a segunda bacia hidrográfica mais importante do Ceará.

     O geógrafo ainda cita a perda da cultura pesqueira e marisqueira como uma violenta realidade, que ao lado de loteamentos afetam a história dos povos locais. A compactação e/ou criação artificial de solo com os loteamentos e construção de residências também impedem a mobilização de sedimentos, reduz o aporte transportado pelo rio para o mar desbalanceando a dinâmica costeira.
   O rio ainda é afetado por esgotos domésticos e efluentes da irrigação, da carcinicultura e industriais, problema agravado com a deficiência ou inexistência da coleta sistemática de lixo e sua disposição inadequada. A destruição de espécies vegetais e a pesca predatória são outros problemas apontados que acabam prejudicando a fauna. Além disso, a necessidade de saneamento básico e habitações praticamente às margens do rio, acabam sendo fatores danosos a esse ecossistema. Esses são apenas alguns dos problemas apontados por Sousa,  que exigem uma ação efetiva das autoridades  e da população para o fim da degredação desse ambiente tão rico e importante a região, como o rio Acaraú.

Saiba Mais


     A bacia hidrografia do rio Acaraú fica localizada na região centro-norte e ocupa cerca de 20% do território cearense. A região tem uma área drenada total de 14.427 km², com 315 km de extensão no sentido Sul-Norte. 
   Os seguintes municípios estão inseridos nesta bacia: Monsenhor Tabosa, Catunda, Tamboril, Hidrolândia, Pires Ferreira, Santa Quitéria, Ipueiras, Ipú, Nova Russas, Pacujá, Graça, Mucambo, Reriutaba, Varjota, Cariré, Groaíras, Sobral, Meruoca, Alcântaras, Massapé, Forquilha, Santana do Acaraú, Morrinhos, Marco, Cruz, Bela Cruz e Acaraú. 
    Destacam-se como principais afluentes os rios Groaíras e Jucurutu, pela margem direita; e o Jaibaras, pela margem esquerda. Nesta bacia foram construídos inúmeros açudes os quais desempenham importante papel na irrigação e abastecimento.







Na imagem, queimada às margens do Rio Acaraú

Fonte: Diário do Nordeste

          Diagnóstico Geoambiental da bacia hidrográfica semi-árida do Rio Acaraú: subsídios aos estudos sobre desertificação – Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/bgg/article/view/4900/4106

Nenhum comentário:

Postar um comentário