Canal de irrigação do Baixo Acaraú Foto: Vale do Acaraú Notícias |
O
Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) desapropriou 42 casas que
abrigavam em torno de 25 famílias na localidade de Nova Iguaçu, zona rural de
Acaraú, por conta do projeto de ampliação do Distrito de Irrigação do Baixo
Acaraú. Apenas duas casas com uma família cada ainda continuam no local, uma
vez que os moradores alegam que as indenizações foram baixas, e não teriam para
onde ir. Além disso, o órgão teria prometido construir casas para relocar as
famílias em assentamento, o que não foi feito ainda.
O
morador Francisco Iranildo dos Santos teria recebido de indenização apenas R$
4.700,00 . “Com esse valor não é possível comprar casa em canto nenhum, não dá
pra comprar nada”, desabafou. Segundo ele, a promessa do DNOCS é de que as
famílias morariam em casas que seriam construídas pelo órgão em um assentamento
no Lagoa do Canema. Só que conforme o morador, não passou de promessa. “Tá com
um ano que não pisam nem mais aqui. Na Macajuba, é possível encontrar só os
funcionários das empreiteiras Enza e ZTA que estão construindo o canal (de
irrigação). Mas não vem aqui ninguém do DNOCS”, disse.
Francisco
Iranildo deseja que o DNOCS entre num acordo com as famílias que ainda
permanecem no local e que não têm para onde ir e estão enfrentando muitas
dificuldades. “Está difícil a escola para as crianças, nem água aqui não tem”,
declarou. E o morador faz um apelo: “Que eles (DNOCS) façam essas casas pra
gente ter pra onde ir, já que prometeram pra gente. Nós só saímos daqui quando
o DNOCS nos levar para as casas que eles fizerem”, disse.
Os
moradores que ainda estão no local estão passando muita dificuldade para
conseguir água e alimentos, sendo que as famílias têm crianças. “Nossa situação
é muito difícil. Nós estamos vivendo tendo muita dificuldade em conseguir água
e comida. Para pegar água, eu preciso andar 5 Km. Não tem mais nada aqui”,
declarou a moradora Maria Lucilene Vasconcelos.
A
moradora teria recebido somente R$ 3 mil de indenização do órgão. “Isso não
pode. Minha casa é grande, eu tinha um comércio e vivia muito bem aqui, só que
como todo mundo foi embora não tive mais como manter o comércio. Estamos agora
aqui vivendo ao Deus dará, passando fome, sede”, declarou.
Conforme
Maria Lucilene, o órgão estaria com proposta de indenizar as famílias com R$ 6 mil. “Só
que com esse valor ainda não dá pra comprar um terreno e uma casa. Prometeram a casa
no assentamento há uns cinco anos e prometeram e nada”, explicou.
As
famílias entraram na justiça para requerer o aumento da indenização, mas por
enquanto o processo corre. Uma reunião foi marcada pelo advogado Marcos Rigony
com os advogados do órgão na empresa Enza, situada na Macajuba, só que conforme
Lucilene, os advogados não teriam aparecido à reunião. A secretária teria dito
que o problema só poderia ser resolvido em Fortaleza.
Para
as pessoas que desejarem ajudar as famílias que estão passando por dificuldade
na localidade de Nova Iguaçu, podem ligar para o telefone (88)9939.5379.
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