Armadores e pescadores estão conscientes da qualidade de pescar lagosta viva em Itarema

Rui Trombeta é um dos engenheiros de pesca do projeto
Foto: IABS

         A pesca da lagosta viva já pode ser considerada uma realidade em Itarema (CE), na região do Baixo Acaraú. Tais ações estão acontecendo por dedicação e investimento dos próprios armadores e pescadores, com apoio da indústria de beneficiamento do pescado Monteiro Pescados.  Os pescadores e armadores são orientados dos benefícios de se pescar a lagosta ainda viva e da qualidade de vida advinda dessa prática,  entre outras ações, por meio do projeto Desenvolvimento de Alternativas Sustentáveis a Pesca Artesanal em Itarema/CE, coordenado pelo engenheiro de pesca Rui Trombeta.

   “A Monteiro Pescados já está beneficiando as lagostas que chegam vivas ao frigorífico, e os resultados são animadores para o novo produto. A expectativa é que o mercado para a cauda de lagosta se encerre, devido a baixa qualidade do produto e as técnicas insustentáveis de captura.”, comentou Rui.

         Rui ainda vislumbra melhoras futuras para a prática. “A tendência para os próximos meses é que todas as embarcações passem a fornecer produtos com uma qualidade infinitamente superior e com práticas de pesca mais sustentáveis, pois, para se manter a lagosta-viva a bordo, todos terão que utilizar o apetrecho legal (manzuá), diminuindo, e até mesmo eliminando, o esforço aplicado pelas caçoeiras (rede ilegal utilizadas para a captura) ao estoque”, finalizou.

         O projeto proposto pelo Instituto Ambiental Brasil Sustentável (IABS) vem de encontro as necessidades atuais do setor pesqueiro de Itarema. Embora as embarcações já estejam capturando e mantendo as lagostas vivas até o frigorífico, as técnicas poderão ser aprimoradas. Esse será o próximo foco do projeto, adaptar uma embarcação da frota local para manter a lagosta viva a bordo, com baixa mortalidade e que os animais possam chegar inteiros no frigorífico.

Benefícios

         Alguns dos benefícios obtidos com o método da pesca da lagosta viva são o aumento da lucratividade com a pesca da lagosta, pois, na pesca tradicional (somente cauda), 60% do peso da lagosta era desperdiçado, com a retirada da cabeça; o preço em relação ao pago pela cauda será menor, porém, devido o produto ter uma qualidade muito superior, a pesca compensará; diminuição da ilegalidade; diminuição do uso das caçoeiras; embarcações deverão atuar somente com apetrecho permitido, eliminando assim as frequentes multas que serão aplicadas a eles.


(Com informações da IABS)